domingo, 23 de dezembro de 2012

Re-serpenteando o tédio

Uma semana entrevada
Sem combustível,
Travando rincha em mim
Numa caminhada curta,
Do verso contínuo, perdido
Quero descer o verbo
Sem assistência desço
Protestando para os vagabundos
Omitindo a compreensão,
Sem molhar os olhos.

Sem molhar os olhos
Omitindo a compreensão,
Protestando para os vagabundos
Sem assistência desço
Do verso contínuo, perdido
Numa caminhada curta,
Travando rincha em mim
Sem combustível,
Uma semana entrevada
Re-serpenteando o tédio.

Akiw Purple
21/12/12

Re-serpenteando o tédio

Uma semana entrevada
Sem combustível,
Travando rincha em mim
Numa caminhada curta,
Do verso contínuo, perdido
Quero descer o verbo
Sem assistência desço
Protestando para os vagabundos
Omitindo a compreensão, 
Sem molhar os olhos.

Sem molhar os olhos
Omitindo a compreensão, 
Protestando para os vagabundos
Sem assistência desço
Do verso contínuo, perdido
Numa caminhada curta,
Travando rincha em mim
Sem combustível,
Uma semana entrevada
Re-serpenteando o tédio
.

Akiw Purple
21/12/12

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pétalas carmesim





Despertei atulhada de suor pelo sonho que me acompanhou nessa noite. Precisei tomar uma ducha fresca, não havia sol, mas o calor era insuportável por dentro. Me vesti como se um novo evento me aguardasse, um banquete, quem sabe, mesmo que não tivesse chegado
nenhum convite. Estava bem disposta, não poderia ter nada a perder daquele momento à frente. Pronta, me arrastei rumo ao salão principal.
Passando pelos portais de alguns quartos ouço uma voz com toda sua sensualidade, percebi alguma declaração de entrega a outro ser, que delícia isso. Percebi que havia sim o sol, pelas gretas das imensas janelas ao fim do corredor que dava para uma escadaria que levaria rapidamente ao meu destino. A sonolência ainda me tomava por dentro. Vi os raios, que tão belos que davam vazão ao que acabara de ouvir sem intenção, um calor gostoso, não forte, mas havia luz intensa e firme, podia mesmo sentir a brisa da noite que havia mal ido embora saudando o dia, mas nada vi ali então bisbilhotei alguns cômodos próximos à procura de alguém. Sem exatidão procurei algo para beber na cozinha, enchendo uma taça do vinho que alguém havia deixado por ali. Ouvi um barulho talvez vindo do deposite, assustada por não esperar encontrar alguém num local onde quase não se vê pessoas fiz um desastre e respinguei pelo forro do balcão aquele líquido arroxeado, molhando também
uma mão. 
Deixei a taça e tentei ver o que era aquilo, procurei, mas nada parecia fora do lugar. Talvez fosse impressão. Mas não, assim vi a sombra negra de um gato tão negro quanto se
desviar por entre minhas pernas. “Ufa!”
Peguei minha taça e saindo acendi um cigarro fino e aromático, talvez para não incomodar alguém que passasse por mim, e acabei molhando um lado dele.  Parte para a porta que dava direto ao jardim, me atentando a ela podendo perceber que alguém possivelmente acabava de sair. Ou...
Voltei então para a cozinha e peguei logo a garrafa que estava não muito cheia, mas via que já
havia tirado umas três taças do resíduo. Por mim tudo bem. Peguei também algumas uvas na mesa, e voltei para a porta, ali fiquei observando o nada e algumas flores a margem do caminho da pequena escada da entrada. Já sem uvas, virando a garrafa de instante em instante me vi espirrando. Estremeci. “Ora, és tu seu assanhadinho, que me fazes espirrar assim tão forte? ”
O bicho apenas grunhiu como se respondesse em seus olhos fumegantes e patas ágeis. “Espere, tu és... vejamos esses olhos... eras tu antes quem me assustava, não?!” Tentei pega-lo, mas me escapou facilmente dando saltos para dentro do jardim, então fiz dele minha
companhia do momento já que não encontrei ninguém pelo caminho, e o persegui inutilmente até o outro lado onde ele arranhava o chão e corria de um lado para o outro em meio a seus saltos. “Hahahaha! O que queres de mim?! Assusta-me depois fugi, vem até mim depois escorrega de meu colo como se preferisse o chão, pouco depois me faz te buscar em outro canto me enganando novamente.”
Ele alvacento então desapareceu entre flores e folhas secas das miúdas árvores estampando suas sombras a sacudir e ali fiquei prostrada desenhando com os galhos na terra entre as raízes das árvores até que se fez noite, mal percebi o dia passar. Ali mesmo me fiz recordar os tempos mais recuados de minha história. Uma noite sem igual, incrivelmente cristalina iluminada pela lua que se mostrava quase rubra, enaltecia-se em seu glamour enfeitando as flores de um orvalho fresco dando força ao tom carmesim de suas pétalas, tão frescas quanto seu relento mais puro. Depois de deslumbrar toda aquela beleza voltei a meu quarto e para aproveitar a claridade do imenso astro no céu peguei um livro de poesias de Érico Veríssimo e voltei para o pé de uma árvore bem próxima ao jardim de dentro. Ali me fiz ler belas palavras montadas numa sintonia gostosa.
"Gota de orvalho
na coroa dum lírio:
Joia do tempo."  Érico Veríssimo
Nesse passo fez silêncio e o vento soprou forte, enquanto virava a garrafa para mais um gole e ele se balançou mais forte bagunçando meus cabelos fazendo ninho. Potencialmente ouvi o barulho do portão batendo, vejamos, uma criatura adentrava ao castelo se fazendo presença da noite. Parecia fascinada com tanta beleza que prostrava em sua vista. Seus olhos quase pálidos a me ver suspiraram, parecia um alívio, ou um desespero. Estava pronta para dar-lhe as graças de boas vindas, mas esta se fez seguir para mais a frente. Amansando minha curiosidade segui-a. Uma criatura indescritível; Alcancei-a. Arrastando o vestido e derramando fluidos do vinho restante debrucei lhe o olhar fixo.  “Saudações!” 
E novamente se fez silêncio pardo.
Nessa hora apenas bateu mais um lance do vento forte que nos embaraçou de alguma forma, e ainda silêncio.

Akiw

Criatura de sonho




Tomada pelo gosto de pus que o ser deixou em meus lábios, me vou para a janela depois de trocar algumas palavras de desconfiança com minha mente e não obtendo nenhuma resposta volto para a cama e me deixo cair nela, meu vestido faz um leve movimento e também se faz cair na cama formando assim a boca de uma taça, mas só que negra. Fechados os olhos da criatura peguei na gaveta ao lado uma caneta de pena, a mais simples, e em cima da escrivaninha meu bloco de notas e rabisquei qualquer coisa que acabou formando um convite pretensioso, arranquei sem muito cuidado a página e joguei no chão na intenção de que fosse lido.Pegando a folha de papel sem cerimônia leu em voz alta com toda sutileza na voz rouca: “Que faça de meu corpo seu cálice sublime, aprecie cada gota como se fosse a última, toma-me, faça-se sentir embriagado e toma-me em tua musicalidade produtiva e asquerosa, porém de grande influência em meu desejo carnal. Represe minhas lágrimas em teu colo, e que elas matem tua fome, se alimente delas, e cesse-as até que fiquem mudas. Pois há uma dor, um manto negro que envolve meu coração, que devassa meu ser como a geada quebra as folhas desnutridas do inverno. Homem de roso encoberto pelas sombras, pelas mágoas da vida, faça-se ser meu nesta hora. Traga-me tuas palavras de grande poder fazendo-me engoli-las. Faça de mim tua. Tal como fui um dia.”E terminou dizendo: “Que assim seja!”.Sua primeira ação foi retirar de algum lugar um pequeno punhal perceptivelmente bem afiado, e pouco usado. Meu medo calado me fez virar as costas ainda deitada. A lâmina passava como um raio gelado por toda a nuca. Ele tomando total comando de meu corpo, apossando-se de minha mente. Ali já se podia sentir o cheiro do sangue que me escorria do pé da orelha pelo pescoço até que senti o gosto de sangue fresco em meus lábios. Se levantando e acendendo algumas velas pelo quarto não me impressionei, mas quando colocou algumas espalhadas pela janela me segurei para não dizer que isso poderia chamar a atenção de alguém. E calado me jogou um olhar de quem sabe o que faz e isso me fez intensificar a dor insensata que sentia. Inesperadamente soltou uma gargalhada seguida de algumas palavras assustadoras, mas que trouxeram a realidade do momento. “Sente-se na cama! Irei te dar o que merece...” Retirando o vestido e me sentando onde foi mandado ele bradou. “Não retire seu vestido mulher!””Me fiz estática enquanto a alça da roupa caia lentamente e ele a ajustava no lugar. “Não é assim que as coisas funcionam comigo. “Prefiro imagina-la desde o início.” Tomando posse de uma vela de chama alta, mantendo ainda na outra mão o punhal, começou a esparramar cera por seu braço com feição maliciosa.Depois de terminada a operação voltou a sua seriedade. O homem se pôs frente a mim de joelhos levantando a barra do vestido e abrindo minhas pernas sem nenhuma mudança de semblante. Mal me olhava o rosto. Retirou um guardanapo e umedeceu-o com saliva, colocou a lamina reluzente de lado, e esfregou o tecido entre minhas pernas, adentrando dois dedos suavemente em minha vulva. Apesar de ser visível que não era sua fonte de excitação maior. Não satisfeito me empurrou na cama e soltou um som, “Chi!”, puxando a meia calça para baixo dos joelhos e continuou me apertando as coxas. Já possuída pelo desejo da curiosidade e prazer fechei os olhos e me deixei levar enquanto ele frisava sua eloquência. O homem ajeitou meu vestido e entramos em um diálogo maçante que me fez quase adormecer. Em pouco tempo ele se fez sair pela porta sem se despedir. Com sua ida todo o meu cansado e puro otimismo fez-se ir embora a sua partida, me deixando em devaneios adormecida, rastejando entre um sonho e outro.



Akiw


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mortalha

Mortalha


Duas visões onde encontro força para tudo suportar
Uma que me faz te odiar, um cúmulo
Outra que me traz a alegria
O vento e as vezes até o mar
Um nevoeiro vem de longe
Sinto meus pés fracassados
Quero agora te arrancar a face
Se esconda para me enganar, vamos!
Brinque comigo.

Não vou contar com a sorte,
Pois só agora vi as sombras do que sobrou no beco da morte
Me mantenho forte para chamar sua atenção,
Cometo crimes sem norte, estou em combate!
É, com a sorte não posso mesmo contar

Posso até resumir,
Quando vier alguém me perseguir, me prometer
Farei o que der para confundir o tempo,
Sou capaz de ferir sem tocar
Fingir, mentir, ou mesmo fugir
Tudo que quero se torna uma medalha,

Em minha mente crio funções para vencer

Vencer a batalha fundada
Formada sem qualquer falha.
Porém, se eu nada conseguir, nem sequer uma migalha de pão,

Um corpo esfarrapado, uma mente alterada
Não evitarei meu corpo envolto numa mortalha.

Akiw    30 de Maio de 2011

Salva-me!

Salva-me! 

.

Venha para meus braços abertos.
Meus lábios em chamas sem condição.
Festejantes olhos incertos.
Coração pregando ao mundo tua satisfação.
Venha para meus lábios que gritam incessantes.
Chegue bem perto para sentir o ar de quem se sente como fogo reluzente.
Alguém a mais dentro de um cerco de seres coadjuvantes.
Crepitando na alma do mundo como quem nunca esteve doente.
Akiw’
 

Posted on November/16/2011

A dor da espera…( Entendo )

A dor da espera…( Entendo ) 


Quando penso que o sol não mais brilhará,
A luz emana de onde menos esperava.
A lágrima seca no calor de um abraço, que seja em teu calor,
O peito cicatriza na pureza da pele, humana, ferida aberta sentindo vida.
O coração deixa de apanhar e volta a bater com força em seu lugar!
Realidade e sonho se confundem numa sensação inexplicável, é o que quero, e onde quero chegar.
Um misto de prazer, carinho e sedução, excitação, lágrimas inflamadas, e abraços doloridos já.
O feio vai se tornando belo, a medida que o tempo mostra o seu poder.
O belo vai ser tornando lindo, a medida em que ambos se completam.
O lindo vai ser tornando perfeito, a medida em que  o verdadeiro amor nasce, pois o tempo é o maior criador do universo.
Num passe de instante, a dor que habitava o nosso interior se vai, em seu lugar vem suspiros aliviados.
Regenerando o nosso coração,nossa carne mesmo em sangue fazendo-o sentir-se vivo outra vez.
Não é o acaso, este não pertence a meu mundo, não adianta buscar uma pessoa especial, é torná-la como tal;
Pois na verdade, se assim não for, é sempre que a pessoa então te acha.
E aí os problemas vão sumindo um a um…
Como se esse alguém soubesse a solução de cada coisa, soubesse até onde devem estar seus dedos,
Encaixar todas as peças do quebra-cabeça da tal felicidade!
Aquele sentimento guardado por anos, que alimentamos e fazemos crescer, que até nos cava nos machuca.
Enquanto é apenas esperança o “tudo” que temos puta merda, penso, não caia em mãos erradas, nem em bocas, nem em braços, olhos corações;
O momento de ser feliz sempre chega, o maior erro é o de não tentar!
E isso não é o caso.
 Tentar eu tentei e aqui o resultado!

Pensar demais para o amor é tentar torná-lo racional,
Coisa que ele não é e nem existe pra ser!
Quando ele começa a crescer demais, é hora de arriscar.
Se ele causa saudade, é um motivo a mais pra não deixá-lo escapar.
O amor existe pra se fazer valer
Pense que no final de tudo,
Mesmo que inconseqüente em alguns momentos,
Estou apenas tentando ser feliz!
Querendo conhecer esse gosto terroso que dizem que é a ‘felicidade’. Bla, bla.
Não penso mais.
Simplesmente faço o que dá na hora que dá para fazer!
Sei como dói esperar, pois junto a ti também espero ansiosamente minha chegada em seus braços…
Akiw’
 

Posted on November/16/2011

Conto: E ele se enganou dizendo: ” Tens coração de pedra ! “

Conto: E ele se enganou dizendo: ” Tens coração de pedra ! “ 


Um dia um carinha disse a uma garota:
 “Tens coração de pedra!”
Ela ficou olhando para ele com isso na cabeça.
Pensando se era bom ou ruim, para ele, para ela.
Buscando a resposta para o que ele quis dizer.
Querendo saber o quanto isso importava, mas sem expor nada.
E então ela disse para ele:
 “Tens um coração mole!”
Ele deve ter pensado no quanto era duro a verdade.
No quanto se prendia a isso.
Em que ela sentia para dizer palavras que nunca ouvira antes.
Em quantas vezes ela já viu isso nele.
E ele decidiu enfim dizer-lhe:
 “És minha maior perversão…”
E ela respondeu a isso com um sorriso caricato.
E ele novamente disse:
 “Tens o mais belo sorriso do universo!”
E dos olhos da garota ele viu escorrem lágrimas de aparente tristeza misturadas a uma alegria do que ouvia ali.
Então ele percebeu que naqueles olhos ele encontrava suas alegrias diárias e não no coração frio que pensava ali sentir que ele achava ali existir, descobrindo que na verdade a dureza vinha dele mesmo, por não perceber a real virtude daquela criatura que permanecia ali na sua frente demonstrando a cada movimento dos ponteiros do seu relógio no pulso a afeição e sensibilidade que possuía de verdade pelo mesmo ser que ainda ali ficava a suspirar, havia a perdido se ela lhe tivesse virado as costas quando ouviu tão tristes palavras do ser mais fascinante para ela, mas que por não o ter feito conquistou aquele coração mole.
Akiw’
 

Posted on November/16/2011

“Ãos” & “Eis”

“Ãos” & “Eis” 

Meus olhos continuarão onde estão.
Pegue meu pescoço e torça nessa confusão.
Raspe seus dentes e não me diga o que farão.
Esfregue algo sobre minha carne com excitação.

Passe tua língua no sangue de dedos ágeis. 
Quebrando o gelo dos momentos frágeis.
Mudando a rota dos sonhos fáceis.
Buscando a contagem das constelações palpáveis.
Akiw’

Posted on November/16/2011

É justo, é normal

É justo, é normal 


“Sou mutável, gosto e desprezo você
Bato em meu rosto te dizendo sujeiras
De sexo, amor, e temperos
Não me faça inclinar o corpo
E ver o pôr do sol ao inverso.”
Foi quando te vi sentado a um banco impuro
Solitária mente tentando se encontrar
Beijando suas mãos culpadas anotando tudo
Olhando o chão inseguro
Chicoteando com o pensamento até as vespas.
Cuspindo dentes de um jornalista
O sensacionalismo principal
Comédia comprada
A preferência comercial
Sem recompensa, é justo, é normal.
Akiw’
 

Posted on November/16/2011

Velando-te

Velando-te 


Akiw’: 
 Velo teu sono

Muito silencioso está
Me deito ao seu lado toda noite
As palavras saem da alma por teu sono
Delicadas varam meu peito
Ainda acordada sonho sem engano.

Por entre os lírios surge
Teus olhos como lampejos ,
Na forma culta de uma estrela
Aclarando minha alma na noite urge
Caliente carregado de desejos.

Assim velo teu sono
Mesmo no abandono
De quem não se segura para morrer
Quando dormir é se perder
De um sonho sem dono.

Mesmo nessa forma candura, inocente
É assim que quero te ver
Ter em você isso que me falta derrepente
Completando ladrilhos antigos de meu ser. 
Preciso-te! 
   Tua Akiw’
************************************************
Ander:
Velou por meu sono
Nessa noite inquietante 
De suor e certas dormências
Sonhei com a morte
Borrifando suas essências.

Acordei! E para o Inferno com a sua coorte (Morte)

Pois o que vejo nesse instante é o porte
Sempre longo de um corpo de carências

Minha Amanda, minha flor minhas ciências.

Minha poetisa celeste 
De tamanha e tantas, vivencias
Cavalgando noturnamente a peste
Velou por meu corpo desse oco agreste.

Velou por meu sono.
Por Ander
Akiw’
 

Posted on November/16/2011

Trauma

Trauma 


Não dormir não é um lema, é um trauma.
É como quem não conhece o sol.
Quem nunca o viu,
mesmo que o tenha visto em fotos .

Queria dormir uma noite ao menos.
Junto a teu sono quando ele viesse sem calma.
Mas se deito, me retorço, te incomodo.
é um trauma .

Me falta  sol me sobra lua.
Me sinto morta, e nem me sinto mais.
Penso estar presa num caos íntimo.
Sim, é um trauma, já disse antes.
Akiw’
 

Posted on November/16/2011

Realidade mortal; Sim!

Realidade mortal; Sim! 


Posso sonhar nessa realidade fatal
Quero estar (entre prantos e risos) em tuas mãos
Pensando bem, em teu coração saluto
Dentro de seus olhos escuros refletindo o ‘mal’

Derretendo do céu uma contente garoa
Tendo a vista do alto, corpos se movendo e cabeças paradas
Têm-se venda nos olhos
Têm-se mentes infiltradas.
                                   Akiw ‘
 

Posted on November/16/2011

Anna-Varney Cantodea


Anna-Varney Cantodea *Sopor Aeternus and The Ensemble of Shadows*
Anna-Varney Cantodea
É nome artístico da única integrante da banda Sopor Aeternus & The Ensemble of Shadows.
EU poderia criar uma lista de coisas que se encontra na rede sobre ela, mas não acho devido, cabível, não compensaria ficar repetindo coisas que já disseram sobre tal artista.

*

A só consigo dizer que para mim há uma importância superior por ser a mais pura essência do Gótico que eu consegui encontrar, ELLA.
[Ella. É apenas um modo carinhoso meu para com quem sei que não conheço pessoalmente, mas me sinto “próxima”, pode até ser infantilidade, que seja, que seja…]
*

Sopor Aeternus é a maior obra de arte na existência mergulhando no coração místico do ser. Carrego essa magia e uso como inspiração de tudo que me faz sentir, e desenvolvi em mim. Me identifico, simpatizo e extraio todo seu melhor, me faz algo grandioso internamente. Amo como ele trouxe seu entendimento da natureza da realidade demonstrada em sua arte peculiar, original e surpreendente.

Posted on November/11/2011

Uma árvore solitária - História

Uma árvore solitária - História

Uma árvore solitária - História
 Quando menos se esperava o vento encontra-se de braços cruzados encostado em um muro de cerca - viva, rodando em volta de si mesmo, procurando o que não passou por ali, e não vendo o que já ali estava há tempos. E alguém diz: “É assim a solidão.” Do liso rosto do vento escorre folhas caídas da árvore que está acima de sua cabeça, ele não a tinha visto, tão pouco percebera a existência de algo mais além de sua própria frustração, o horror e culpa de algo que nem tentou fazer, e alguém diz: “Suba na árvore.” E o vento então deu uma olhadela disfarçada para cima e viu um passarinho verde, e pensou: “Será que é isso que chamam de alegria?” Então começou a rodopiar em volta da árvore (e o passarinho tonto de tanto vento em seus ouvidos), ela estava sorridente soltando folhas para cá, folhas para lá. O passarinho verde vendo nos olhos fechados da árvore a alegria instantânea aflorando pensou que o vento quisesse isso também. Começou então a bater desorietadamente suas asas em volta das voltas do vento quando a árvore soltava folhas pelo rosto do vento, ele querendo mil beijos da árvore, a árvore a brincar, e o passarinho achando que estava sendo abraçado pelo melhor do mundo. E isso se fez durante uma infinidade do tempo. Quando estavam no ápice da felicidade veio um “homem” e sua motosserra afiada e nervosa derrubando tudo pela frente com pretensão, o vento ao se tocar do que ali estava acontecendo rapidamente ficou vermelho de terra rodopiante em volta de tudo. O pássaro já não conseguia ver a árvore ferida pela maldosa lâmina do mal do homem. Qual seria o melhor fim para isso? -SE O HOMEM NÃO TIVESSE TAIS SENTIMENTOS DESORDEIROS NÃO SESSARIA OS VENTOS ALHEIOS!-

Akiw’  05:43 16/Nov/2011

Quando menos se esperava o vento encontra-se de braços cruzados encostado em um muro de cerca - viva, rodando em volta de si mesmo, procurando o que não passou por ali, e não vendo o que já ali estava há tempos.
E alguém diz: “É assim a solidão.”

Do liso rosto do vento escorre folhas caídas da árvore que está acima de sua cabeça, ele não a tinha visto, tão pouco percebera a existência de algo mais além de sua própria frustração, o horror e culpa de algo que nem tentou fazer, e alguém diz: “Suba na árvore.”
E o vento então deu uma olhadela disfarçada para cima e viu um passarinho verde, e pensou: “Será que é isso que chamam de alegria?”

Então começou a rodopiar em volta da árvore (e o passarinho tonto de tanto vento em seus ouvidos), ela estava sorridente soltando folhas para cá, folhas para lá. O passarinho verde vendo nos olhos fechados da árvore a alegria instantânea aflorando pensou que o vento quisesse isso também. Começou então a bater desorietadamente suas asas em volta das voltas do vento quando a árvore soltava folhas pelo rosto do vento, ele querendo mil beijos da árvore, a árvore a brincar, e o passarinho achando que estava sendo abraçado pelo melhor do mundo. E isso se fez durante uma infinidade do tempo.

Quando estavam no ápice da felicidade veio um “homem” e sua motosserra afiada e nervosa derrubando tudo pela frente com pretensão, o vento ao se tocar do que ali estava acontecendo rapidamente ficou vermelho de terra rodopiante em volta de tudo. O pássaro já não conseguia ver a árvore ferida pela maldosa lâmina do mal do homem. Qual seria o melhor fim para isso?

-SE O HOMEM NÃO TIVESSE TAIS SENTIMENTOS DESORDEIROS NÃO SESSARIA OS VENTOS ALHEIOS!-


Akiw’  05:43 16/Nov/2011

Posted on November/16/2011

A dor prazerosa vinda de absurdos meus

A dor prazerosa vinda de absurdos meus 



Quero ver sangrar este teu pulso, ver tua dor. 
Ver você se retorcer em sua alma desgraçada.
Gemer em prantos derretendo nas chamas do amor.
Se perder em suas próprias palavras, 
com a língua já ensangüentada.
Pois vou morder de seus dedos até seu cúbito.
De seu tendão dos calcanhares até seu femor  e subir.
Quando você estiver de modo que não resista mais eu paro,
e te abraço .

Teu pulsar, teu sonhar, teu ranger, teu sofrer.
Serei tua obrigação na desgraça única vivida todos os dias!!
                               Akiw’

Posted on November/16/2011

Criando expectativas

Criando expectativas… 



Secarei-lhe este suor..
Lavarei-lhe o perfume que trago pelas narinas secas pelo tempo de esperar
Roerei as unhas, as carnes, as orelhas, tudo ao redor
Fascinarei seu olhar mesmo de olhos fechados sem enxergar.
Prometerei voltar sem cartas deixar, nem choros
Farei com que você me puna antes de algo de mal cometer
Buscarei algemas nas lojas de rações para cachorros
Conseguirei ganhar com uma só palavra o que vou buscar pelo anoitecer.
Entre minhas e suas egoístas loucuras…
Coisas que queremos que aconteçam, coisas que talvez você jamais tenha feito
Você não me reconhecerá quando ouvir sobre minhas proezas impuras
Ainda mais quando vir meus punhos cerrados envoltos a seu peito.
Lembrará de quando eu disse: Vou até o fim..que seja até a morte!
E que esta esteja dentro de minhas intenções intensas
Não precipitando, claro os acontecimentos pela sorte
Mas enriquecendo as promessas suspensas.
Akiw’
 

Posted on November/16/2011

Mal compreendida por mim mesma

Mal compreendida por mim mesma 



Furta cor dentro da realeza fascinante de teus olhos cinzentos.
Mortes contínuas podemos perceber de ambos..
Achei o sentido do meu desprazer. O monótono dentro de minha pele sem odor;
Achei a tal sofreguidão; pois mais fundo de mim mesma segui, [atrás de você eu fui sem crer em mim.]
Não reclamei o caminho, pois dele pensei chegar até seu ardor…
Mas só falaram-me que não, não foi desta vez que me encontrei.
( pensavas que eu era você por instantes que fossem,  me perdi em quê? )
O que devo fazer para queimar este fio de desespero?
O que devo fazer para isto não acabar jamais. Este desejo de mais dor (se é o contrário que busco )?
Que desejos misturando-se em meu ser são estes?
( onde quero chegar?
E você se pergunta dizendo para mim: Cadê você?)
 
Akiw’

Posted on November/16/2011

Mesmo sem asas

Mesmo sem asas 


Presa na fome do silêncio. Dedos estourados, queimados, ardidos, como a alma de quem está onde não deveria estar.
Que força é essa que não deixa que eu saia de onde estou?
Que força é essa que me trouxe até aqui sem motivos concretos, só desculpas soltas.. FUGIR…
Ao toque de uma balada gótica, contínua. 
Saindo às presas do casulo seco.
Procurando a entrada de volta. Pois percebo que esquecidas ficaram minhas asas lá dentro..
Pensando nisso me sinto o menor dos insetos, mas porque as borboletas voam kms e kms e eu não conseguiria ir pouco mais que um estado…? 
Mesmo sob raios quentes e chuvas frias.  Assim vou, correr, pular…
Dançar sem passos, voar sem ter asas, cuspir para os lados, firmar o olhar até CHEGAR .
Akiw’
 

Posted on November/16/2011

Voo descoordenado

Voo descoordenado 


Enquanto você Trama, planeja, calcula, postula, o quanto quer.
Eu sempre crio um mundo fora, pois sei que sempre existirão surpresas à frente.
Conto com isso!
Procuro dividir-me no que eu não tenho para tocar.
Acabe com essa tormenta, quero saber de cor teus hábitos, quero prosseguir em  minha palavra favorita.
PERTO.
Para que minha vida siga adiante tem que ser em seu corpo..
Vacilei quando não disse: TE AMO!!
Mas invés de falar eu vou mostrar.
Verás meu suor de magenta escorrendo em minha nuca
É sentimental, irracional aquela flor torcida.
É comunal ouvir sua voz no nada, em tudo!
Minha flor se quebrou em teus braços.
 

Posted on November/16/2011

Não sinto agora aquele frio insensato

Não sinto agora aquele frio insensato 


Me remexendo pelas ruas confusas e andantes vejo que não estou na ‘solitude’ como todos os seres alados a si mesmos e de olhos atados se sentem….
Não me sinto sozinha está noite.
Sobre a ilusão do luar me banho, ao qual clarea minha suave vida.
Sob a lareira quente e o suave vinho tinto e tua companhia.
Conforto ao calor da noite na cama de lençóis macios e peles crepitando junto ao calor das almas nossos pecados taciturnos.
Sob o valor da consumação de um desejo fundado a tempos e realizado com forças unas.
Dentro de nossas vaidades degustando o poder de grudar nossos corpos entrelaçando nossas mentes.
Sinto me seduzida pelo espírito dos sabores matrimoniais guardados por sentidos que não conheço e que me chama, mgritam por minha alma, e respondo sem saber o que queres de mim.
Doce súcubo vivo e iludido, vida sátira
O coração mudando, o sentimento se fazendo presente nos olhos e palavras, sem falar nos gestos.
 

Posted on November/16/2011

Correndo em favor

Correndo em favor 

És como um vulto, o sentimento. 
És como o que sobra de um ‘morto’.
És gotículas de água em meu corpo.
És o cheiro, sólido, enxuto.

O corpo mostra o que a alma não pode ver.
Seus olhos contam o que a mente ainda tem.
Pela boca sai o sacrifício de não poder.
As mãos inventam o que fazer.

Tudo isso resume um conto real. 
O que se sabe da ignorância.
Esse pouco que temos não é banal.

Em caminho contra o tempo.
De mal com os ponteiros reversos.
De bem com as intenções em lamento.
Akiw’
 

Posted on November/16/2011

Haikai - Tempo

Haikai - Tempo 

“Para nos encontrar                                                 .
  .                                 O tempo espera a meu lado
  Sem se regrar”                                                         .
 
Akiw’

Posted on November/16/2011

Trancada em mim buscando teu corpo  

Quero beijar-te por inteiro, morder-te sem desespero
Quero sua timidez se perdendo entre as minhas vontades
Quero você mergulhado no prazer carnal
Quero você se apoderando do meu corpo
Quero cometer loucuras secretas
Quero tirar a sua sanidade,
Quero ver-te perdido em minhas loucuras
Quero sentir você sem razão, apenas nessa entrega e pedir mais… Mais…
Quero ver-te rastejando em minhas costas
Quero mostra-lhe meus desejos insanos 
Quero ver-te sufocado em meus gritos
Quero que estejas logo em meus braços
(Eu não vou dormir para não acordar e perceber que tudo eu sonhei…)
 

Posted on November/16/2011

Não são palavras que rimam com outras

Não são palavras que rimam com outras, são palavras que rimam com você 



Eu quero você todo para mim.
Eu quero te ter ( talvez seja egoísmo ) por não ter tido nada na vida.
Não tem sido fácil não te ver, tocar, sentir, ouvir;
Não tem sido raro meus prantos no quarto abafado e mofado.
Não tem sido claro meus dias ensolarados e sufocantes de solidão.
Não. NÃO mesmo.
Não tenho tido fome, frio, sede, cansaço.
Não tenho ido ver minha árvore preferida, frondosa, ali encostada na pedra de uma gruta perdida.
Mas também não quero que seja fácil te possuir como se possui algo, pois você, para mim, não é assim,
Não te ganhei e recebi te ganhei e tenho que ir até você se eu te quiser como se quer um copo de vinho, ou o que a simbologia dele transmite;
E quero, quero sim, quero te tocar nos olhos até seu fim;
Vou me perder em seus gritos de prazer e dor que vou causar;
Quero te morder os dedos quando seu corpo todo estiver grudado em mim;
Vou me perder em meus desejos mais sujos e conceber os seus mais puros.
Akiw’

Posted on November/16/2011

"Minha sonolência pisca os olhos para o céu sempre que algum raio de sol bate em meu rosto, me curvo, e me atrapalho sempre em Suspiros da Alma de Akiw" 

  • Akiw’

Posted on January/4/2012

fotografilhas: A dor

fotografilhas:
A Dor - tem um Elemento de Vazio -
Não se consegue lembrar
De quando começou - ou se houve
Um tempo em que não existiu -

Não tem Futuro - para lá de si própria -
O seu Infinito contém
O seu Passado - iluminado para aperceber
Novas Épocas - de Dor.
Emily Dickinson, in “Poemas e Cartas”
Tradução de Nuno Júdice

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Se eu fosse...






Depois de todos os planos darem errado, pensar no pior é óbvio.



Se eu fosse...

Um gesto – Seria um mordido antes de abraçar.

Uma cor – Seria preto, por ausência. 

Uma personagem – Seria Alice, mas sou Akiw’.

Um animal - Seria um gato, para ver além do que entendo, e entender além do que vejo. 

Uma estação - Seria Inverno, pois não congelaria almas, e sim corações.. 

Uma música – Seria  La Mort d`Arthur – Sopor Aeternus, poderia ser também Consider This – Também de S. A., o porque é oculto a mim mesma.

Um órgão – Seria um olho, os dois não, por que teria mais culpa por ver tudo, e não enxergar nada. 

Uma flor – Seria Tulipa, a flor do frio, tão bela e gélida. 

Uma paisagem - Seria o seu com uma revoada de cisnes, sim, por não existir, então isso não poderia ser, logo desistiria e seria então uma Panapaná de borboletas, mesmo assim, já desisti, quero ser uma revoada de cisnes, justamente por não poder ser.

Um lugar - Seria uma praia de área de cacos de vidro, para não vir saudade, mas sim ser. 

Um perfume - Seria Diablo Bel, Europeu, por ser fora de minha cogitação, por hora.

Um mês - Seria Junho, para não ter nascido... 

Um livro - Seria A lenda do cavaleiro fantasma, para mostrar que o sobrenatural não é isso que ensinam para as tolas crianças que fomos, e as que somos.

Uma palavra – Seria gozo, gostaria era de ser tempo, mas ele está velho e cansado, mas não pode morrer, sempre se renova, já o gozo não morre nem se renova como o tempo, ele só vem e morre, quando não morre se transforma em nojo, tédio, desprazer, e mesmo distância.

É melhor assim


Dentro do silêncio noturno é apenas melancolia. Palavras escritas à margem da composição da vida, se construindo, procurando seu sentido. Querendo dançar com a mente de alguém.
Calada eu. É a noite, sim, ela pedi isso, como os clarões em dia de chuva, envolta de revolta.
Olhe para o horizonte e perceba o que vem vindo; enquanto isso eu vou à outra realidade buscar alguma motivação, pois aqui estamos nulos.
Você não percebe então prossigo calada.
É melhor assim.
Ficar calada.
Não deve mesmo ter sentido em palavras quaisquer que eu solte, não deve mesmo haver som, sintonia, clareza, sentimento. Quem é para dizer de sentimentos, vazio, profundidade, inocência, perdão, realeza mental? Não há resposta em sua boca, mas corpo fica em rebuliço, e exala um odor nocivo de quem tem culpa da vida, tem remorso de nem sabe o que. Uma solidão conjunta com a do resto da humanidade, uma aflição, fadiga, correria, cansaço.
Sossega. Porque vou do céu ao inferno enquanto você se contorce calado na cama, quando sem me olhar você pisca os olhos, nem deve saber o que se passa entre eles, quanto mais em terras distantes, outros universos, com outras melodias, como quer achar sentido em algo que digo? Pare e sinta as coisas que estão aqui, do nosso lado. Pode ser que entenda alguma palavra outro dia. Mesmo que não, que pelo menos se lembre delas em sua memória, ou em sonhos.

Akiw’
14/09/12

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Duas moscas sem ninho




Os papeis da vida mudam constantemente, e de modos bem diferentes uns dos outros, mas sempre se tornam a mesma coisa, tédio.
Aquilo tudo deu em nada, saímos do nada, voltamos ao nada.
Uma conversa faz com que tudo volte ao que era antes, ou desmorone completamente. Acho que mesmo que isso tenha voltado ao que éramos, dois zeros, dois “ninguém”, dois nada, duas estacas sem prego, duas moscas sem ninho.
Dois dias depois.

Sem raivas, sem cobranças, sem cara fechada.
Mas havia algo no ar.
Dois 0’s.

Houve vários adeus da parte dele, de mim houve apenas silêncio, uma vez deixei escapar no olhar um calendário inteiro de “desculpa”.
Não pedi para ficar, nem mesmo para ir embora, preferi ficar em cima do muro para não me jogar de cara no chão.

As palavras se soltavam saltando da mente pela boca com fiascos de fogo, havia muito espaço de tempo entre uma coisa e outra a dizer.
Apesar de seu jeito comum de pessoa impaciente enganasse que pensa que é, pois nunca vi alguém mais sensato e no lugar com seu humor do que ele.
A raiva foi apenas por meu erro, minha falha fútil.

Quando vi estávamos levando para o lado da violência, prometemos não chegar a esse ponto, mas eu errei, oras, eu errei, ele apenas respondeu a isso.
Não me lembro ao certo se as marcar que deixei soltas em seu corpo foram unhas, socos, chutes, sei bem que esse é um ponto ridículo de um relacionamento.
A confusão foi alta, em tom audível pela casa de cima, apesar de na hora ninguém ter pensado nisso.
Tão desmoralizador mesmo para pessoas como nós, imorais. Pontos firmes nosso.
Quando se está preso numa situação dessas não se pensa no que se ganha apenas no que está ali se esvaindo. 

E foi isso, mesmo que não tenhamos conquistado nada material, nada juntos além dessa vida, perdemos o pouco que havia de cada um em nós.


Akiw'














Conversa com Anne


Anne diz:
 Diga-me,
esde tempos, tenho me feito uma pergunta, e bem me lembro que já lhe interroguei antes. Sua busca por conhecimento, parece ocupar-lhe todo o tempo, ou parte dele. Por que se dedicar tanto a isso, é uma pergunta que não sai da minha cabeça.
Akiw' Purple Shadows diz:
 Gostaria de ir à raiz de tudo, seria de melhor proveito minha vivência.
 Mas como percebo que ir à raiz é voltar ao começo continuo, mas criando vários outros caminhos entre uma e outra coisa.
 Por exemplo, o conhecimento só é válido quando se dá utilidade a ele, e tento dar.
 Mas o motivo cru disso é ambição. Creio. Sou meio Renato russo, parece que sinto que o mundo não "está preparado para mim".
Egoísmo? Prefiro que seja mesmo.
 Sou medrosa anjo, sou o tipo de pessoa que atravessa a ponte se segurando por dentro, apertando o coração, mas sem deixar transparecer nem mesmo aos peixes que correm no rio abaixo da ponte.
 Viu, chego a desviar as coisas.
Anne diz:
 É muita coisa pra guardar dentro de si, mesmo que dividindo aos outros
Akiw' Purple Shadows diz:
 É, eu sei bem.
 Algumas coisas eu tento dividir no teatro, assim somando. As coisas então acabam aumentando.
Anne diz:
 hnn, entendo...
 Teatro, gosto apenas de assistir, somente.
Akiw' Purple Shadows diz:
 Amo assistir, mas acabo sendo intensa e querendo estar lá, no palco, sou capaz mesmo de subir...ou descer...
Sempre fui fantasiosa.
Mas tímida ao ponto de encolher e chorar de vergonha, não era mais que isso. Era pura vergonha de mim mesma, de ser como eu era, ou de não "ser nada".
Anne diz:
 Vergonha de si?! Oh, era a única coisa que não podias ter.
Akiw' Purple Shadows diz:
 Não sabia.
 Bom...
Toda essa coisa de querer buscar conhecimento e implantar em algo benéfico veio daí.
Anne diz:
Mas, '' a causa'' não era realmente essa, aposto. Por que, não se tem sentimentos como esse, sem que algo os impulsione,
Akiw' Purple Shadows diz:
Claro, claro.
Mas vem mesmo de algo mais "profundo".
Engraçado essa palavra, PROFUNDO, PRO fundo, para o FUNDO...
O DIFÍCIL é lhe dizer assim o que é o mais profundo que causa isso, essa busca.


Akiw'




Abusos do tal horário






Longo dia de caminhada pela liberdade e a prisão, ao mesmo tempo.
Irei acordar lá pelas 07h00min para estar em entrevistas previstas para as 10h00min, curioso.
Nesses casos me sinto nua, sempre parece que irei explodir de tanta falsidade formulada no mesmo instante, hora pós hora, palavra pós palavra, passo pós passo, se repeti mesmo a insanidade das situações; e onde está o precipício? Ele é isso afinal.
Quando não há nada em nosso caminho, é nada mesmo, quando há algo, temos que escolher e acabamos nos perdendo em escolhas e caminhos.
Estar de pé esse horário será difícil, então, resolução: Não dormir.
Aqui entra toda a parte grosseira do trajeto de mudanças. Acordar cedo para garantir vagas que corri atrás. As partes difíceis, percorrer os caminhos cheios de pedras e granizo para enfim chegar ao jardim.
A coragem está sendo criada, cautelosamente, bem devagar.
Me força estar “leve” para enfrentar essa gente do dia-a-dia dos dias.
São julgamentos mentais, e até ativos. Me torno estranha quanto a isso, desprezível.
É uma discórdia de ir ou não ir mais longe, no meu caso de ir ou ficar.
Ter um dia como as pessoas têm, e uma noite como eles tem os horários, um horário, vontades e falta de tempo com dinheiro no bolso.
Para me sentir menos perdida abusarei de todos os defuntos fumantes que passarem por mim e lhes usarei lhes vou tirar o tempo que não usam para nada mais que pensar em nada e abusarei de sua paciência pedindo a cada um pelo menos um trago, até um cigarro, e tragarei cada um como se fosse o mesmo.
Descobrimos tarde que o significado da vida é que seja vivida e não comercializada, e conceptualizada e espremida num padrão de sistemas ou normas sociais já pré-estabelecidas.
Vivemos em uma realidade onde a manipulação, o capitalismo e o controle imperam em nossa sociedade e sabemos que isso não são as alegrias máximas da vida, embora façam parte dela e sim, todos sabemos, então por que não reagimos a isso. Não direi alguma forma, mas há.
Muitas das vezes inconscientemente nos deixamos ser levados a tomar iniciativas para buscar realmente a alegria de momento, usamos de vários artifícios e na sua grande maioria todos monótonos, passageiros e artificiais. Tentamos nos adequar ao que está aí e nos incomoda.
Somos capitalizados por uma globalização que nos entopem a cada dia centenas de milhões de informações, que ultimamente não filtramos e processamos levando-as a ter alguma utilidade, falo por mim, mas o que se encontra atualmente em nossa caminhada é cada vez mais um sistema opressor, nada inovador, que oprime vidas, sempre crescente para os grandes e enlatam sonhos, e nos deixamos levar junto a eles.
Oprimem e afastam cada vez mais as pessoas das suas essências verdadeiras,a final  o povão “pedi” isso, ou seja, a busca pelo seu EU verdadeiro já não existe, na busca pelos seus sonhos existe invalidez pelos poucos que praticam, correm atrás, pelos seus objetivos e projetos de vidas sempre interferidos pela mídia mal desenvolvida e mal direcionada, posso dizer que até mal aproveitada, são sonhos mesmo assim que muitas das vezes são perdidos na própria infância. Portanto somos produtos de uma sociedade hipócrita: Toda a vida nos fez acreditar em mentiras estimulando nosso medo de sentir, o medo, nosso medo de ter medo conta muito também.
Por isso, hoje quando nos dizem que a vida é muito difícil e que a crise é global, e que não vale a pena mais construir uma família, que não vale a pena acreditar no amor, que é bobeira se escrever livros e poesias, por que na internet se encontra todo tipo de informação pronta, nós acreditamos e mergulhamos em pensamentos e atitudes que acabam por dignificar essa mentira, tornando-a uma grande verdade da massa.
Eis como funciona o poder da mente na atualidade, pobre!
Porém entendo que ser “feliz” é sentir o sabor da água, da brisa no rosto, o cheiro da terra enaltecida, mas nem isso sinto mais oras, abandonei minhas cachoeiras, não foi?!
Esse ser feliz é também extrair das pequenas coisas grandes emoções e sentimentos contanto que façamos isso por desejo próprio, e a procura de resultantes com benefícios. Pois, tudo é ego. Me preocupa muito o meu.
Ter que encontrar todos os dias motivos para sorrir, quase forçadamente, mesmo se não existirem grandes acontecimentos cria-los enfim. É fazer do quarto minha casa, o meu sonho, é o que faço, é o que sinto. Por isso o medo de sair dele, e funcionar em algo fazendo parte da mentira que aceitamos. Utopias cotidianas levadas pelo medo.


Eu bem poderia me deitar agora e fingir que isso tudo não precisa acontecer.


Akiw'

Caindo em lágrimas




Caindo em lágrimas, perdendo o fôlego, escrevendo torto, falando trêmula...
Às vezes fazemos coisas sem pensar, mas como isso não existe, fazemos essas coisas pensando, mas sempre no lado fácil, o caminho rápido, mas esse caminho muitas vezes pode se tornar difícil.
É, minha cara, parece que por mais que se esforce para as coisas se acertarem vem batendo aquela sensação de perda, aquele sentimento de angústia que não consigo mais nem sufocar, e preciso então liberar isso de algum modo.
Minhas lastimas são diferentes agora, mas envolve toda mudança da qual venho falando, falando, repetindo e desgastando a fala.


Akiw'