quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Se eu fosse...






Depois de todos os planos darem errado, pensar no pior é óbvio.



Se eu fosse...

Um gesto – Seria um mordido antes de abraçar.

Uma cor – Seria preto, por ausência. 

Uma personagem – Seria Alice, mas sou Akiw’.

Um animal - Seria um gato, para ver além do que entendo, e entender além do que vejo. 

Uma estação - Seria Inverno, pois não congelaria almas, e sim corações.. 

Uma música – Seria  La Mort d`Arthur – Sopor Aeternus, poderia ser também Consider This – Também de S. A., o porque é oculto a mim mesma.

Um órgão – Seria um olho, os dois não, por que teria mais culpa por ver tudo, e não enxergar nada. 

Uma flor – Seria Tulipa, a flor do frio, tão bela e gélida. 

Uma paisagem - Seria o seu com uma revoada de cisnes, sim, por não existir, então isso não poderia ser, logo desistiria e seria então uma Panapaná de borboletas, mesmo assim, já desisti, quero ser uma revoada de cisnes, justamente por não poder ser.

Um lugar - Seria uma praia de área de cacos de vidro, para não vir saudade, mas sim ser. 

Um perfume - Seria Diablo Bel, Europeu, por ser fora de minha cogitação, por hora.

Um mês - Seria Junho, para não ter nascido... 

Um livro - Seria A lenda do cavaleiro fantasma, para mostrar que o sobrenatural não é isso que ensinam para as tolas crianças que fomos, e as que somos.

Uma palavra – Seria gozo, gostaria era de ser tempo, mas ele está velho e cansado, mas não pode morrer, sempre se renova, já o gozo não morre nem se renova como o tempo, ele só vem e morre, quando não morre se transforma em nojo, tédio, desprazer, e mesmo distância.

É melhor assim


Dentro do silêncio noturno é apenas melancolia. Palavras escritas à margem da composição da vida, se construindo, procurando seu sentido. Querendo dançar com a mente de alguém.
Calada eu. É a noite, sim, ela pedi isso, como os clarões em dia de chuva, envolta de revolta.
Olhe para o horizonte e perceba o que vem vindo; enquanto isso eu vou à outra realidade buscar alguma motivação, pois aqui estamos nulos.
Você não percebe então prossigo calada.
É melhor assim.
Ficar calada.
Não deve mesmo ter sentido em palavras quaisquer que eu solte, não deve mesmo haver som, sintonia, clareza, sentimento. Quem é para dizer de sentimentos, vazio, profundidade, inocência, perdão, realeza mental? Não há resposta em sua boca, mas corpo fica em rebuliço, e exala um odor nocivo de quem tem culpa da vida, tem remorso de nem sabe o que. Uma solidão conjunta com a do resto da humanidade, uma aflição, fadiga, correria, cansaço.
Sossega. Porque vou do céu ao inferno enquanto você se contorce calado na cama, quando sem me olhar você pisca os olhos, nem deve saber o que se passa entre eles, quanto mais em terras distantes, outros universos, com outras melodias, como quer achar sentido em algo que digo? Pare e sinta as coisas que estão aqui, do nosso lado. Pode ser que entenda alguma palavra outro dia. Mesmo que não, que pelo menos se lembre delas em sua memória, ou em sonhos.

Akiw’
14/09/12