Longo dia de caminhada pela liberdade e a prisão, ao mesmo tempo.
Irei acordar lá pelas 07h00min para estar em entrevistas previstas para as 10h00min, curioso.
Nesses casos me sinto nua, sempre parece que irei explodir de tanta falsidade formulada no mesmo instante, hora pós hora, palavra pós palavra, passo pós passo, se repeti mesmo a insanidade das situações; e onde está o precipício? Ele é isso afinal.
Quando não há nada em nosso caminho, é nada mesmo, quando há algo, temos que escolher e acabamos nos perdendo em escolhas e caminhos.
Estar de pé esse horário será difícil, então, resolução: Não dormir.
Aqui entra toda a parte grosseira do trajeto de mudanças. Acordar cedo para garantir vagas que corri atrás. As partes difíceis, percorrer os caminhos cheios de pedras e granizo para enfim chegar ao jardim.
A coragem está sendo criada, cautelosamente, bem devagar.
Me força estar “leve” para enfrentar essa gente do dia-a-dia dos dias.
São julgamentos mentais, e até ativos. Me torno estranha quanto a isso, desprezível.
É uma discórdia de ir ou não ir mais longe, no meu caso de ir ou ficar.
Ter um dia como as pessoas têm, e uma noite como eles tem os horários, um horário, vontades e falta de tempo com dinheiro no bolso.
Para me sentir menos perdida abusarei de todos os defuntos fumantes que passarem por mim e lhes usarei lhes vou tirar o tempo que não usam para nada mais que pensar em nada e abusarei de sua paciência pedindo a cada um pelo menos um trago, até um cigarro, e tragarei cada um como se fosse o mesmo.
Descobrimos tarde que o significado da vida é que seja vivida e não comercializada, e conceptualizada e espremida num padrão de sistemas ou normas sociais já pré-estabelecidas.
Vivemos em uma realidade onde a manipulação, o capitalismo e o controle imperam em nossa sociedade e sabemos que isso não são as alegrias máximas da vida, embora façam parte dela e sim, todos sabemos, então por que não reagimos a isso. Não direi alguma forma, mas há.
Muitas das vezes inconscientemente nos deixamos ser levados a tomar iniciativas para buscar realmente a alegria de momento, usamos de vários artifícios e na sua grande maioria todos monótonos, passageiros e artificiais. Tentamos nos adequar ao que está aí e nos incomoda.
Somos capitalizados por uma globalização que nos entopem a cada dia centenas de milhões de informações, que ultimamente não filtramos e processamos levando-as a ter alguma utilidade, falo por mim, mas o que se encontra atualmente em nossa caminhada é cada vez mais um sistema opressor, nada inovador, que oprime vidas, sempre crescente para os grandes e enlatam sonhos, e nos deixamos levar junto a eles.
Oprimem e afastam cada vez mais as pessoas das suas essências verdadeiras,a final o povão “pedi” isso, ou seja, a busca pelo seu EU verdadeiro já não existe, na busca pelos seus sonhos existe invalidez pelos poucos que praticam, correm atrás, pelos seus objetivos e projetos de vidas sempre interferidos pela mídia mal desenvolvida e mal direcionada, posso dizer que até mal aproveitada, são sonhos mesmo assim que muitas das vezes são perdidos na própria infância. Portanto somos produtos de uma sociedade hipócrita: Toda a vida nos fez acreditar em mentiras estimulando nosso medo de sentir, o medo, nosso medo de ter medo conta muito também.
Por isso, hoje quando nos dizem que a vida é muito difícil e que a crise é global, e que não vale a pena mais construir uma família, que não vale a pena acreditar no amor, que é bobeira se escrever livros e poesias, por que na internet se encontra todo tipo de informação pronta, nós acreditamos e mergulhamos em pensamentos e atitudes que acabam por dignificar essa mentira, tornando-a uma grande verdade da massa.
Eis como funciona o poder da mente na atualidade, pobre!
Porém entendo que ser “feliz” é sentir o sabor da água, da brisa no rosto, o cheiro da terra enaltecida, mas nem isso sinto mais oras, abandonei minhas cachoeiras, não foi?!
Esse ser feliz é também extrair das pequenas coisas grandes emoções e sentimentos contanto que façamos isso por desejo próprio, e a procura de resultantes com benefícios. Pois, tudo é ego. Me preocupa muito o meu.
Ter que encontrar todos os dias motivos para sorrir, quase forçadamente, mesmo se não existirem grandes acontecimentos cria-los enfim. É fazer do quarto minha casa, o meu sonho, é o que faço, é o que sinto. Por isso o medo de sair dele, e funcionar em algo fazendo parte da mentira que aceitamos. Utopias cotidianas levadas pelo medo.
Eu bem poderia me deitar agora e fingir que isso tudo não precisa acontecer.
Akiw'